Cão é assassinado em Mairiporã; mandante dos disparos está livre
Bernesse de 4 anos foi morto a tiros
Leal, dedicado, carinhoso, calmo, confiável e companheiro. Com todas essas características, é difícil acreditar que um cachorro da raça bernesse tenha sido cruelmente morto. Mas aconteceu.
O cão estava confinado a um espaço mínimo em uma residência na cidade de Mairiporã, na Grande São Paulo. Como todo animal que não recebe atenção e cuidados adequados, o bernesse começou a desenvolver comportamento alterado e agressivo. Isso foi o bastante para dona da casa querer se “livrar” do cachorro.
Ele foi levado até um veterinário para, segundo o boletim de ocorrência registrado pelo profissional, a retirada de um berne e hospedagem. No entanto, o cachorro teria ferido o veterinário e este pediu para que a dona fosse buscá-lo de volta. Por telefone, a mulher supostamente mandou sacrificar o animal. O veterinário recusou-se a realizar este procedimento, pois o cachorro estava saudável.
Em seguida, a dona do animal foi até a clínica e levou o caseiro de sua residência para segurar o cão. Enquanto a mulher conversava com o médico, ouviram-se tiros no quintal do lugar.
A esposa do veterinário foi até o local e viu o caseiro guardando uma arma na cintura e o bernesse caído em um canto, ensangüentado e sem vida. Pouco depois, a proprietária do cachorro e o empregado o arrastaram até o carro e foram embora.
O médico, perplexo, registrou queixa na delegacia por considerar o fato de extrema crueldade. O enteado da mulher que mandou matar o cachorro também fez um boletim de ocorrência contra ela, porque ele era o verdadeiro dono do animal e não desejava este fim. Além disso, a mulher não tem porte de arma, o que configura outro crime.
No entanto, apesar de duas queixas oficializadas, a Justiça não tomou nenhuma providência até o moemento. A polícia teria dito ao jovem que este tipo de processo é “difícil”.
Difícil é aceitar um ato de brutalidade como este e ficar de braços cruzados. Como um ser humano prefere matar a tiros o cachorro que há quatro anos estava presente em sua vida com tiros em vez de buscar um lar adequado ou colocá-lo para adoção? A atitude covarde merece a atenção e o protesto de todos os defensores de animais.
Justiça e animais, uma relação em pleno processo
O sistema judiciário brasileiro ainda deixa muito a desejar com relação às questões dos crimes cometidos contra os animais. Muitos desistem ou acabam por se conformar, pela morosidade e desmoralização dos processos.
No entanto, a intensa mobilização em casos emblemáticos como esse, da cadela Preta ou do caso Cão de Quintão que pouco a pouco começam a trazer condenações, refletem o desejo da sociedade de que eles não se repitam. É fundamental lutar pelo fim da impunidade ou que crimes como esse caiam no esquecimento pela apatia da sociedade brasileira.
em colaboração para o Notícias da ARCA
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