segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Surtzey - O laboratório da Vida


A preservação integral tornou a ilha Surtsey, surgida de erupções vulcânicas na costa da Islândia em 1963, um reduto privilegiadíssimo para o estudo de como diversas formas de vida colonizam uma terra virgem

POR LAURÈNE MAINGUY, DO UNESCO COURRIER

Surtsey emergiu do oceano em novembro de 1963. Em quatro anos, o pequeno pedaço de terra fumegante situado 32 quilômetros ao sul da Islândia alcançou uma área de 2,65 quilômetros quadrados. Seu ponto mais alto estava 175 metros acima do nível do mar.

Reserva natural desde 1965, Surtsey é bem preservada porque a presença e as atividades humanas no local têm sido mínimas. Ninguém pode pisar em Surtsey, exceto um grupo de seis a dez cientistas que monitoram a ilha por uma ou duas semanas anualmente. As instalações humanas são limitadas a um abrigo de campanha, um heliponto e um farol. Os cientistas devem ter muito cuidado para não levar resíduos do solo, de organismos ou de poluentes para a ilha e não deixar nenhum lixo no local. Além disso, não há indústria pesada ou atividade nociva ao meio ambiente em um raio de 50 quilômetros da ilha.

Surtsey é a única ilha vulcânica do mundo a ser tão cuidadosamente estudada desde seu primeiro dia. "Ainda é a mais bem descrita erupção desse gênero", afirma Jakobsson. A rápida colonização das espécies, minuciosamente monitorada, mostra que a ilha está ficando parecida com o resto do Arquipélago Westman. "Nos primeiros tempos havia algumas espécies, podíamos marcá-las e ver como as sementes se espalhariam", lembra o ecologista vegetal islandês Borgthór Magnússon. Mas elas se disseminaram tão rapidamente que agora Magnússon as rastreia de perto, por meio de plantas de estudo permanente mantidas na ilha.


Fonte: Revista Planeta - julho/09 Ed. 442 Ano 37

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